domingo, 22 de maio de 2011

1ª aula - Tecnologias / Pesquisa

Começámos a aula com um breve esclarecimento dos professores acerca da localização e funcionamento das oficinas, e seguidamente falámos das nossas notas no último período na disciplina de Projecto e Tecnologias.
Depois disso, e após uma pequena conversa entre alunos e professores sobre a escola, cursos... foi-nos projectada um apresentação em Power Point, que incluía os seguintes tópicos/temas:

Explicação sintetizada do Curso de Produção Artística: “ O Curso de Produção Artística permite ao aluno dominar vocabulário base da expressão plástica, tendo em vista o desenvolvimento da actividade criativa nos campos das artes plásticas, da cerâmica, ourivesaria, têxtil e realização plástica do espectáculo, em projectos autónomos ou de construção colectiva.”

Planificação das aulas (adaptada ao tempo do 3º período):


                → 1ª Aula:
- Cultura têxtil

                → 2ª Aula:

- Materiais, técnicas, equipamentos: começar a trabalhar no projecto.

                  - Manipulação e selecção de materiais convencionais (tecidos: lã e o                   algodão…) e não convencionais (alternativos).

 - Reutilização de materiais e “apropriação de objectos encontrados” – conceito de “ready made” (artigos de uso quotidiano, produzidos em massa, seleccionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte)

 - Técnicas e equipamentos
                   Processos e técnicas: tecelagem, estampagem, técnicas mistas.
                   Acções: recortar, rasgar, desfiar, entretecer, aplicar, sobrepor, enchumaçar, revestir, franzir, coser, pontear, stitch, pespontar, bordar, colar, engomar, tingir e reservar.

                3ª Aula:

 - Explorar qualidades formais, plásticas e expressivas dos materiais e das técnicas.

- Experimentação e desenvolvimento. Identificação dos materiais e técnicas.

- Elaboração de fichas técnicas.

       
             • Processos e técnicas (explicação e exemplos de trabalhos – de artistas e de colegas de outros anos/ movimentos artísticos):
           

PROCESSOS E TÉCNICAS

            - Recorte

            - Aplicação: Acessório decorativo para um tecido, obtido por aplicação com costura ou colagem. Utilizado para obter uma grande variedade de motivos gráficos simples e mais sofisticados. As aplicações podem ser complementadas com bordado.

    - Franzido: Decoração de uma dada área de uma peça de vestuário com pequenas dobras; normalmente é obtido por meio de costura decorativa.
           
           - Tingir: Processo no qual se colorem fibras têxteis e outros materiais, para que o corante se converta em parte integrante da fibra ou matéria, e não apenas em mero revestimento superficial. As tinturas são composições químicas — a maioria orgânicas — que têm afinidade química ou física com as fibras. Tendem a manter sua cor apesar do desgaste e da exposição à luz solar, à água e aos detergentes.

           - Sobreposição:  Procedimento construtivo – utiliza a sobreposição de tecidos ou não tecidos
sobre outros substratos têxteis ou modifica-se a superfície do não tecido visando dar ênfase ao relevo, textura. Esta técnica está muito ligada ao tempo/fases.

   - Revestimento: Uma camada de algum tecido (por exemplo) que envolve algo, alterando o objecto. Este passa a ser outra coisa, a sua presença é modificada

   - Rasgar: “Tudo tem um significado” – o acto de “rasgar” não tem necessariamente que retratar algum tipo de “violência visual”, mas pode ter outros inúmeros significados subjectivos – para o artista e para quem vê.





  - Estampagem: onde se estampa uma certa forma ou figura num tecido através de tinta.

  - Reservar: Criação de padrões. Stencil é uma técnica usada para aplicar um desenho ou ilustração que pode representar um número,  letra,  símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstracta, através da aplicação de tinta num corte ou perfuração em papel ou acetato, que resulta numa espécie de molde. O stencil pode ser utilizado na impressão de imagens em inúmeras superfícies, desde cimento a tecido. Esta técnica é também muito utilizada nos graffiti. Tay-day é uma técnica de tingimento de tecidos. Dá-se um nó num tecido, amarramo-lo e depois tingimo-lo.

  - Engomar: Passar com o ferro de engomar / Técnica de impressão em tecido. Impressão de imagens numa impressora de computador especial, num papel próprio para o efeito. Sobrepõem-se no tecido e passa-se com um ferro de engomar. A imagem fica estampada no tecido.

  - Bordar: Bordado é uma forma de ornar desenhos feitos a agulha e fios de algodão, de seda, de lã, de linho, etc. É uma forma de criação, à mão ou à máquina de desenhos e figuras ornamentais.

  - Stitch: Forma de utilização da costura mais livre; junção de algo através do “ponto cirúrgico”.

  - Pontear: Coser com pontos.

  - Pespontar: Coser a pesponto.


Pesponto Simples
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Pesponto Duplo

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  - Tecelagem: Onde é utilizada a teia (fios verticais) e a trama (horizontal).





  - Enchumaçar: Almofadar um tecido por dentro.

  - Desfiar: Desfazer um tecido.

  - Entretecer: Entrelaçar diferentes tecidos entre si.



ARTISTAS

- Marcel Duchamp: Foi um pintor, escultor e poeta francês  (cidadão norte-americano a partir de 1955). Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida quotidiana, à partida não reconhecido como artístico, para o campo das artes. A princípio era uma simples “brincadeira” com os amigos, mas Duchamp passou mesmo a incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele simplesmente considerava-os prontos e exibia-os como obras de arte. A obra de Duchamp deixou um legado importante para outro tipo de experimentações artísticas, tais como o Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo Abstracto, a Arte conceitual, entre outros.



- Louise Bourgeois: Foi uma artista plástica francesa, escultora (essencialmente). Passou metade da sua vida em Nova Iorque e foi aí que morreu o ano passado, em 2010, com 99 anos.
Fez uma passagem pela pintura e a gravura, mas veio a distinguir-se na escultura, com esculturas monumentais e temas arrojados. Usava os mais diversos materiais, desde o gesso à borracha, bronze, alumínio, aço, látex, tecidos… e tudo o que a sua imaginação ilimitada lhe ditava. Dizia-se obcecada pelo trabalho. Louise Bourgeois criou peças abstractas em diversos materiais, muitos nunca utilizados até então. A sua obra não passa despercebida e tem uma simbologia muito complexa.






- Joana Vasconcelos: Joana Vasconcelos nasceu em Paris em 1971, mas vive e trabalha em Lisboa. Formou-se no Centro de Arte e Comunicação Visual em Lisboa, entre 1989 e 1996. Em 2006 recebeu o prémio The Winner Takes It All, da Fundação Berardo com a obra “Néctar”, actualmente instalada precisamente no Museu Colecção Berardo; em 2003 foi-lhe atribuído o prémio Fundo Tabaqueira Arte Pública para o seu projecto de intervenção no Largo da Academia das Belas Artes, em Lisboa. Em 2000 venceu o Prémio EDP Novos Artistas. As intervenções no domínio da arte pública assumem especial relevância no trabalho da artista. A natureza do seu processo criativo assenta na apropriação (ready made), descontextualização, e subversão de objectos pré-existentes e realidades do quotidiano. Esculturas e instalações reveladoras de um agudo sentido de escala e domínio da cor, assim como o recurso à performance e aos registos vídeo ou fotográfico, colaboram na materialização de conceitos desafiadores das rotinas programadas do quotidiano. A artista oferece-nos uma visão cúmplice, mas simultaneamente crítica da sociedade contemporânea e dos vários aspectos que servem os enunciados de identidade colectiva, em especial aqueles que dizem respeito ao estatuto da mulher, diferenciação classicista, ou identidade nacional.




- Rosemary Trockel: Nasceu em Schwert, Alemanha, em 1952. Vive e trabalha na Colónia, Alemanha. É uma conceituada artista alemã com grande projecção internacional na arte contemporânea. A sua obra trata essencialmente o tema da mulher e do seu papel na sociedade. Discute a cultura, a produção artística e a sexualidade. Os meios utilizados para construir a sua obra são o desenho, a pintura, objectos, instalações, vídeo, fotografia, escultura… Estudou Antropologia, Sociologia e Matemática para se tornar professora, e mais tarde estudou Pintura. Actualmente é professora em Kunstakademie em Dusseldorfe. Recebeu vários prémios no seu país.

 - Christo e Jeanne Claude: Christo nasceu a 13 de Junho de 1935 em Gabrovo e Jeanne-Claude nasceu também a 13 de Junho de 1935 em Casablanca. Faleceu a 19 de Novembro de 2009 em Nova Iorque. Trabalham em parceria desde 1961 e desde 1994 que o casal usa oficialmente os dois nomes juntos, com direitos iguais para as suas obras. Patrocinadores e contribuições de fundos públicos foram sempre negados por ambos, que apenas financiaram a sua arte com a venda dos esboços. Desenvolveram diversos projectos que integram arte conceptual, arquitectura e engenharia. As suas instalações (revestimentos) já cobriram monumentos, pontes, ilhas, vales, montanhas, árvores… com tecidos. A sua arte é uma arte efémera, uma intervenção no tempo e no espaço.
 

- Ana Vieira: Nasceu em Coimbra, em 1940, mas cresceu na Ilha de São Miguel, nos Açores. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. As construções de Ana Vieira são heterogéneas, têm diversas componentes, dispersando-se por diferenciados objectos e os respectivos dispositivos neles incorporados, podendo-se enunciar: portas e janelas, cortinas, espelhos, recortes de silhuetas ou perfis, molduras, quartos, barcos, casas, móveis, onde são latentes os opostos próximo/distante, opaco/ translúcido, claro/escuro, visível/invisível, dentro/fora, ver-se/ser-se visto, acessível/inacessível, público/privado, ocultação/desocultação, interior/exterior, liga/desliga e presente/ausente. Estes elementos “activam” paisagens, rituais e a iconografia familiar e da intimidade, a habitabilidade, a transgressão, a viagem, a condição feminina, a subversão das convenções da arte, as passagens, as texturas, entre outros aspectos…


- Maria Lai: Maria Lai é uma artista nascida em Ulassai, que se inspirou na sua cidade natal para crier um “novo mundo”, uma infinidade de imagens e formas, que a tornaram famosa. O museu gerido pela “Fondazione Stazione dell’Arte” alberga exposições semestrais de escultura, pintura e poesia: os sonhos de Maria Lai têm assim uma casa.   


- Michael Buthe: Michael Buthe foi um artista alemão, nascido a 1 de Agosto de 1944 e falecido a 15 de Novembro de 1994. Inspirou-se nas culturas do mundo para realizar o seu “caótico” trabalho através da pintura, desenho, colagens, montagens… 



MOVIMENTOS ARTÍSTICOS


- Arte Povera: Arte Povera significa Arte Pobre. Foi um movimento artístico Italiano que se desenvolveu na segunda metade da década de 60. Os seus adeptos utilizavam materiais de pintura não convencionais (ex: terra, madeira, trapos) com o objectivo de “empobrecer” a pintura, no bom sentido, que era quebrar quaisquer barreiras entre a arte e o dia-a-dia das pessoas. As principais figuras deste movimento foram Michelangelo Pistoletto, Jannis Kounellis,  Giovanni Anselmo,  Giuseppe Penone,  Giulio PaoliniMario Merz,  Luciano Fabro, e Gilberto Zorio. Os artistas da Arte Povera tiveram o mérito de desafiar os padrões da arte da época, ocupando o seu lugar com o seu transcendental e intemporal nível de realidade. É um movimento com origem no clima político dos anos 60, em particular a oposição mundial à guerra do Vietname. Os artistas deste movimento realizaram uma produção própria de inquestionável individualidade.  Os seus trabalhos foram largamente expostos na Itália e na restante Europa, assim como nos Estados Unidos. 







Os professores fizeram ainda referência a uma artista chamada Frederica B. Duarte, da qual não consegui encontrar nenhuma informação.





        

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